ADIADA
A exposição 'O Mito de Sísifo' com inauguração prevista para o dia 10 de Junho de 2023 no Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, em Bragança, foi adiada por tempo indeterminado devido às "comemorações do 71.º Aniversário da Força Aérea Portuguesa, que decorrerão em Bragança a 1 de julho de 2023.
Oportunamente serão divulgadas as novas datas.
próxima exposição:
O MITO DE SÍSIFO
de 10 de Junho a 29 de Julho de 2023
Centro Cultural Municipal Adriano Moreira
Praça da Sé, Bragança
“Um homem carrega uma pedra enorme até ao cimo de uma montanha, com grande esforço e sofrimento físico. Aí chegado, ele deixa que a pedra se solte e role pela encosta abaixo. E, novamente, todo o processo se inicia, repetindo-se por toda a eternidade. Não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança, terão pensado os deuses que assim condenaram Sísifo.”
O título da exposição é uma apropriação do brilhante ensaio filosófico de Albert Camus, em que este recorre à lenda da mitologia grega como uma alegoria para ilustrar a sua ‘filosofia do absurdo’, ao comparar o eterno castigo de Sísifo à busca da humanidade por um significado da vida e, assim, concluir que, se não conseguirmos encontrar prazer no que é quotidiano, então estamos a fazer pouco mais do que esperar pela nossa morte enquanto a vida se esvai.
A intenção não é menosprezar a procura humana por um significado maior para a vida. Para Camus, conseguirmos identificar o absurdo na nossa própria vida é dominá-la, é reconhecer quais são os momentos que carecem de consciência, de prazer e de intenção, para lhes dar maior importância. Ele recorda-nos que o significado da vida é encontrado, não apenas nos grandes momentos, aqueles que geram em nós a consciência de uma memória, mas nos pequenos instantes, aqueles que preenchem os segundos, os minutos, as horas e os dias no meio dos grandes acontecimentos.
E é disso que estes desenhos tratam. Partindo de registos fotográficos de formas e texturas orgânicas, (particularmente de pedras), que quando as olhei, vi, em pareidolia, assemelharem-se a pessoas, (ou partes delas, como a pele ou os ossos) e que imaginei terem vidas absurdas, sem sentido, e tão inanimadas como os elementos naturais que lhes estavam na origem. Pedras-pessoas que, ao longo de diferentes séries de desenhos, se vão transmutando em outros seres e que, vistos assim, serão simultaneamente, Sísifo e a sua pedra.

Sem título (Lapa #6 da série 'Arrábida'), 2023
cola, transferência de impressão, barra de óleo, tinta acrílica e tinta da china sobre papel
40 x 25 cm